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Notcias 1u1wc

22
mai
2025
(GERAL)
Fitossanidade nas florestas plantadas de So Paulo

Um dos grandes desafios do setor florestal paulista, e do Brasil, para manter a produtividade, o controle de pragas. O pesquisador Leonardo Rodrigues Barbosa, da Embrapa Florestas, explica que um inseto considerado praga quando atinge uma densidade populacional to alta que causa danos econmicos significativos uma cultura. “Cada inseto que causa danos econmicos a uma determinada cultura classificado como praga”, afirma. 1g48b

Algumas so tpicas de rvores cultivadas, como eucalipto e pinus, por exemplo. De acordo com o engenheiro agrnomo Carlos Frederico Wilcken, professor de Entomologia Florestal da Faculdade de Cincias Agronmicas da UNESP – campus de Botucatu, e lder cientfico do PROTEF (Programa de Proteo Florestal), do IPEF, o monitoramento constante e o uso de tcnicas de controle biolgico so essenciais para conter o avano desses organismos.

“As pragas florestais so, em sua maioria, insetos ou caros fitfagos, que se alimentam de folhas, troncos ou razes das plantas. Quando esta populao cresce descontroladamente, causa perda de crescimento, reduo do volume de madeira e, consequentemente, prejuzo econmico”, explica o professor Wilcken.

O eucalipto, principal gnero de espcies florestais plantadas no Brasil, , consequentemente, o que est mais exposto ao ataque de pragas. Alm das chamadas pragas gerais — como formigas cortadeiras (savas e quenquns) e cupins — que afetam qualquer tipo de plantio, o eucalipto sofre com espcies especficas, como as lagartas desfolhadoras, o Psildeo de concha (Glycaspis brimblecombei), e o Percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus), estes dois originrios da Austrlia.
“O Psildeo de concha, por exemplo, j ataca mais de 500 mil hectares por ano no Brasil, gerando perdas de produtividade que chegam a 15% nas reas atingidas”, alerta Wilcken. J o Percevejo bronzeado, presente no Brasil desde 2008, causou impactos severos at 2017, especialmente na regio central do pas, antes da estabilizao de sua populao com a introduo de inimigos naturais.

Outra praga relevante, segundo o professor, o Besouro amarelo (Costalimaita ferrugnea), nativo do Brasil, que ataca mudas de eucalipto, em seus primeiros anos de desenvolvimento e tem apresentado crescimento preocupante nos ltimos anos.
No caso do pinus, a praga mais conhecida a Vespa-da-madeira (Sirex noctilio), que est sob controle graas ao uso consolidado de um nematoide parasita, utilizado desde o final dos anos 1980. Contudo, novas ameaas vm surgindo. “Recentemente identificamos a Sirex obesus, uma vespa que ataca pinus tropicais voltados para a produo de resina, e que ainda est em fase de estudo para desenvolvimento de controle biolgico”, afirma Wilcken.

“A base do sucesso no combate a essas pragas est na integrao de estratgias e no investimento em pesquisa. A proteo fitossanitria das florestas plantadas fundamental para garantir a produtividade e a sustentabilidade do setor florestal brasileiro”, conclui o professor Wilcken.

De acordo com o pesquisador Leonardo Barbosa, da Embrapa Florestas, o combate s pragas um desafio, dado que elas so diversas e sua identificao nem sempre simples, tornando o manejo das florestas uma tarefa complexa. A compreenso e o monitoramento contnuo dessas pragas so importantes para garantir a sade e a produtividade das plantaes florestais. “Quando uma praga j est em surto, difcil reverter a situao”, afirma Barbosa.

O controle biolgico tem se mostrado uma alternativa promissora, especialmente para evitar surtos. Empresas do setor florestal, tanto as que trabalham com plantios de eucalipto quanto de pinus, tm investido no controle biolgico, com programas de sucesso no Brasil.

A engenheira florestal e diretora-executiva da Florestar So Paulo (Associao Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas), Fernanda Abilio, lembra que as empresas florestais que fazem parte da associao so extremamente organizadas e levam risca os programadas de preveno e controle das pragas. Ela alerta, porm, que a responsabilidade de todos os silvicultores, desde o pequeno produtor at as grandes empresas. “Para que tenhamos um controle fitossanitrio efetivo e seguro preciso que todos faam a sua parte”, afirma.

Fonte: Mais Floresta

ITTO Sindimadeira_rs